segunda-feira, 16 de outubro de 2017

As Crônicas de Benjahmin

Cap 1, A garota de vestido florido.

Foi numa sexta feira, tarde de verão, céu limpo. Dia ensolarado.
Pra muitos, o dia perfeito, dia de praia, sexta feira do boteco. Dia do fervo.
Pra mim, mais um dia de terno, gravata e uma infinidade de documentos em minha mesa, telefonemas, reuniões, mais telefonemas… a mesma chatice de todos os dias.
Jorge é um colega de trabalho, meu superior; Sempre tranquilo, com sorriso o rosto, simpático com todos, prestativo… sempre disposto a ajudar. Parece ter a vida perfeita, mesmo trabalhando aqui.
Naquela sexta, eu não estava bem, meu humor estava péssimo, meus trabalhos se acomulando, inúmeras ligações de cobrança e pra piorar mais ainda meu dia, derramei café na minha camisa favorita. O Jorge precenciou meu ataque de furia silencioso e acredite, o cara me trouxe água com açúcar e até tentou dar um jeitinho na hora do almoço dele! Vou repetir: NA HORA DO ALMOÇO DELE! mas, só piorou. Fez um estrago na minha camisa favorita. E, na tentativa amenizar meu dia o cara me trouxe Cerveja, dentro de uma latinha de Coca Cola.
Porra Jorge! Como assim? - pensei enquanto bebia a Cerveja. Logo após fui ao banheiro tirar o cheiro de cerveja da boca.
Ao voltar pra minha mesa, encontrei um folheto q dizia: Roda de Samba com grupo fulanos, rodada de caipirinha e bla bla bla, Pedra do Sal… E antes q eu terminasse de ler, Jorge passa por mim e diz:
- Ja comuniquei a todos do escritório, hj a primeira rodada é minha e vc nem ouse em dizer q não pode ir.
Como se eu fosse recusar uma roda de samba.
Desse momento em diante, até o fim do dia, meu humor saltou de zero pra oito ou, talvez fosse só o efeito da Cerveja.
Eu ja estava mais relaxado, atendendo todas as ligações na paciência e até chamando as meninas do outro lado da linha de meu amor. Meu dia melhorou em cem porcento.
Enquanto eu preenchia umas planilhas, Mônica, a secretaria, me trouxe um café e deixou a maravilhosa noticia q ja estaríamos fechando. Dei um salto da cadeira, corri pro banheiro pra dar um tapa no visual e vi, a terrível mancha de café na camisa q até então era favorita. Joguei o paleto por cime, deixei minha mesa na mão de Deus e fui me juntar ao pessoal na tão esperada Roda de Samba.
O elevador demorou d+ então desci as escadas correndo. Na portaria me deparei com o Sr. Virgílio, o melhor porteiro q ja tivemos, q com uma caixa na mão, disse estar subindo para me entregar. Expliquei - o que estava indo pro Samba e ninguem vai pro samba com uma caixa daquele tamanho debaixo dos braços. Ele sorriu e disse q deixaria em minha mesa. Eu gritei um Deus te abençoe e fui correndo pro Samba, passei em frente a meia duzias de lojas e em todas pensei em parar pra comprar uma outra camisa. Mas, só pensei.
Quem conhece e trabalha no Centro do Rio, sabe q em determinada hora as ruas vão ficando desertas. Mas naquela sexta feira não, comprimentei um punhado de conhecidos até chegar no Samba. Cheguei e encontrei a turma.
Ambiente festivo, divertido, todos muito descontraidos. Logo veio a primeira regra na voz embriagada do Jorge. Aqui não falamos de trabalho e nem de problemas. - disse o cara ja meio bebado. E eu, acatei.
Minhas pernas enchiam-se de alegrias, a cerveja a musica, o lugar ja tinham me abraçado. E eu estava feliz de uma forma q eu não me sentia a meses.
Entre uma cerveja e outra, uma sambadinha aqui outra ali, e mil aromas diferentes, senti um perfume arrebatador. Era uma morena de cabelo black aloirado, usando um vestido florido e o sorriso mais belo q ja vivi até aquele dia.

Continua

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